Brasil lança bateria à base de nióbio com tecnologia que recarrega carros elétricos em até 6 minutos

A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) em parceria com a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), formalizaram um acordo para desenvolver e fabricar baterias à base de nióbio para veículos elétricos. Uma das vantagens da tecnologia brasileira é o carregamento de carros elétricos em até seis minutos. Paulo Nogueira – Click Petróleo e Gás

Esse projeto é fruto de quase quatro anos de pesquisa no Japão, em parceria com o conglomerado de tecnologia da Toshiba.

O país é o maior detentor do minério em todo o mundo. Cerca de 90% das reservas de nióbio do planeta estão em terras brasileiras, de acordo com o Governo Federal.

Segundo a Volkswagen, o material será usado inicialmente nos ônibus elétricos produzidos pela própria empresa, já que esses veículos maiores contam com trajetos preestabelecidos e necessitam de carregamento rápido. A Toshiba já atua no desenvolvimento das novas células de bateria, ou seja, das pilhas, que devem ficar prontas neste ano.

A VW afirmou também que irá começar os testes somente no ano que vem e prevê ainda que um modelo funcional de veículo elétrico com uso de baterias à base de nióbio esteja pronto até o final de 2022.

“Seguimos investindo para impulsionar e desenvolver novas tecnologias para eletrificação. Em uma das frentes de desenvolvimento de tecnologias para baterias elétricas automotivas com Nióbio, mais de 5 mil células devem ser testadas e homologadas durante o ano de 2021, estando disponíveis no mercado até 2023. Para isso, a busca por parceiros tecnológicos resultou no investimento de R$ 1,8 milhão em um laboratório do Senai, em Curitiba. Nesse caso, o foco é estudar o potencial do nióbio e o uso da nanotecnologia para a aplicação em baterias de íons-lítio mais seguras, com recarga mais rápida e maior estabilidade”, comunicou a companhia mineira. Mercado1Minuto

A multinacional informou que no momento as pesquisas para utilidade do nióbio em baterias veiculares estão concentradas para atender frotas comerciais.

nióbio é um elemento químico, identificado através do símbolo Nb e número atômico 41 e massa atômica 92,9 u.

Elemento de transição, o nióbio compõe o grupo 5 da classificação periódica dos elementos. O metal foi descoberto em 1801 pelo químico inglês Charles Hatchett, mas foi só em meados do século XX que o elemento começou a ganhar maior evidência.

nióbio é encontrado em minérios, como a columbita e tantalita, diferentemente de outros elementos encontrados de forma abundante na natureza.

O nióbio é um metal usado para dar liga e resistência ao aço, muito utilizado na indústria para a produção de supercondutores — canais que conduzem eletricidade sem resistência. As baterias de lítio tradicionais apresentam um polo negativo chamado ânodo, que usa o carbono para transferir energia. Nas que serão desenvolvidas pela VWCO e pela CBMM, o carbono será trocado por óxido de nióbio, o que aumenta a transferência de eletricidade, reduz o tempo de recarga e proporciona maior segurança e durabilidade para as células das baterias. Izadora Del Bianco – Revista Oeste

As principais vantagens do nióbio são a alta condutividade térmica e elétrica, a ductilidade, maleabilidade e a alta resistência ao calor, ao desgaste e à corrosão, essas características proporcionam ao metal a capacidade de aprimorar as propriedades de materiais, fazendo deles mais eficientes.

Em 1965, o governo federal autorizou a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), em parceria com o governo americano, a explorar as reservas de nióbio encontradas no solo brasileiro.

Anos depois, a CBMM foi adquirindo a parte que cabia aos americanos e conquistou a controladoria mundial da comercialização do nióbio.

A empresa de Araxá também tem interesse no grafeno (nanomaterial composto apenas por carbono), que mostrou sinergias com o nióbio. Com a combinação dos dois elementos, a ideia da CBMM é ser um fornecedor global de placas utilizadas na fabricação de baterias recarregáveis. No ano passado, a empresa de metalurgia e tecnologia brasileira comprou 26% do capital de uma startup de Singapura que já tem estudos avançados de aplicações do grafeno, que é melhor condutor de calor que o diamante e 200 vezes mais forte que o aço, entre outras propriedades.

A Declaração de Paris projeta uma frota global de 100 milhões de VEs em 2050.

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