Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA, desenvolveram um novo sistema de computação que imita a maneira como o cérebro humano funciona, com uma capacidade de processamento de informações até um milhão de vezes mais rápida, exigindo uma entrada de dados muito menor. Gustavo Minari – Canaltech
Eles aprimoraram uma tecnologia conhecida como computação de reservatórios, desenvolvida no início dos anos 2000 e que utiliza um algoritmo de aprendizagem de máquina para resolver problemas de computação mais complexos, como previsões de evolução em sistemas dinâmicos que mudam drasticamente com o tempo.
Sistemas dinâmicos, como o clima, são difíceis de prever porque apenas uma pequena mudança em uma condição pode ter efeitos massivos no futuro, disse o professor de física Daniel Gauthier, autor principal do estudo.
Os co-autores do estudo foram Erik Bollt, professor de engenharia elétrica e de computação na Clarkson University; Aaron Griffith, que recebeu seu Ph.D. em física no estado de Ohio; e Wendson Barbosa, pesquisador de pós-doutorado em física no estado de Ohio.
Esses novos dispositivos de computação utilizam uma rede neural para “aprender” sistemas dinâmicos, fornecendo previsões mais precisas sobre comportamentos futuros. Os cientistas alimentam esses reservatórios de neurônios artificiais conectados aleatoriamente com informações necessárias para completar determinadas tarefas.
Warmup são dados de treinamento que precisam ser adicionados como entrada no computador do reservatório para prepará-lo para sua tarefa real. Engenharia.org
O novo conceito foi testado em um sistema de previsão meteorológica, utilizando um computador desktop comum. Nesse primeiro experimento, a computação de reservatórios foi de 33 a 163 vezes mais rápida que modelos atuais que desempenham funções de simulação parecidas.
Em tarefas que exigiam uma precisão maior do sistema de previsões, a nova tecnologia foi cerca de 1 milhão de vezes mais veloz, alcançando a mesma exatidão com o equivalente a apenas 28 neurônios artificiais, ao contrário dos mais de 4 mil necessários para o funcionamento da geração atual.
“Uma razão importante para a aceleração é que o cérebro artificial simplificado por trás desta próxima geração de computação de reservatórios precisa de muito menos treinamento ou dados adicionais em comparação com os sistemas atuais para produzir os mesmos resultados de forma muito mais eficiente e rápida”, encerra Gauthier. Ohio State University
O estudo foi publicado na revista Nature Communications.
Um problema é que o reservatório de neurônios artificiais é uma “caixa preta”, disse Gauthier, e os cientistas não sabem exatamente o que se passa dentro dele – eles apenas sabem que funciona.
Eles testaram seu conceito em uma tarefa de previsão envolvendo um sistema meteorológico desenvolvido por Edward Lorenz, cujo trabalho levou à nossa compreensão do efeito borboleta.
Ele e seus colegas planejam estender este trabalho para resolver problemas de computação ainda mais difíceis, como a previsão de dinâmica de fluidos.
3 comentários