“Brasileiras” podem desbancar Tesla?!?

A maioria das pessoas é induzida a acreditar que o carro elétrico é sinônimo de Tesla, montadora patrocinada por Elon Musk, um importante player na mudança de paradigma da indústria automobilística, mas ela está longe de ser a única empresa promissora no segmento de mobilidade elétrica. Maria Eduarda Nogueira – seu dinheiro. 25 julho de 2022

“Embora a Tesla seja indiscutivelmente a empresa norte-americana mais ativa em investimentos na China, a montadora nascida no Vale do Silício está longe de entender os consumidores chineses, como visto por sua atitude em uma série de relatórios de acidentes, incluindo explosões, motoristas perdendo o controle e freios com defeito”, dizia um artigo publicado pelo “Global Times”. Laura He – CNN Business. 10/02/2021

Mobilidade elétrica já é tendência mundial e pode beneficiar os investidores de empresas brasileiras. As projeções da consultoria financeira AlixPartners é que até 2028, um terço dos veículos vendidos no mundo sejam elétricos. Até 2035, a perspectiva é de 54%.

De acordo com o estudo Big Push para a Mobilidade Sustentável: Cenários para Acelerar a Penetração de Veículos Elétricos Leves no Brasil, feito pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), os veículos elétricos podem representar até 20% das vendas de automóveis até 2050. Flavio de Favericerti. 26 de outubro de 2021

A mobilidade elétrica consiste em um grande ecossistema com importantes players envolvidos, como montadoras, empresas de energia, fornecedores de soluções, startups, governos e, claro, o consumidor final. mobilidade – Estadão. 30/10/2020

A mobilidade elétrica está relacionada a locomoção via veículos elétricos, seja por carros, ônibus e até mesmo bicicletas.

A eletrificação no setor automobilístico influência na diminuição da produção de carros à combustão e mudanças nos métodos de produção da indústria de automóveis, incluindo a reciclagem de baterias, até o início do ano 2030 em diversos países. Fundep – 19 DE MARÇO DE 2021

Uma das inovações que contribuem diretamente para a sustentabilidade, por terem menor dependência dos combustíveis fósseis (destaque para a gasolina, carvão, diesel, querosene) e maior eficiência energética, porém isso parece falácia enquanto muitos países possuem sua matriz elétrica dependente de combustíveis fósseis.

O professor Braz Cardoso Filho, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMG lembrou que o veículo elétrico não é uma novidade contemporânea e que já competiu com outras tecnologias no início do século passado, ao lado dos veículos a vapor e a combustão.

Algumas empresas de grande porte já estão se adiantando nessas tendências globais:

  • No começo de 2021, a Ambev comprou 1.000 vans e caminhões elétricos; 
  • Até o final deste ano, o plano da Nestlé é ter uma frota com 100 automóveis sustentáveis; 
  • BMW, Volvo, Nissan, Toyota, Audi, Ford, Volkswagen, Audi e diversas outras montadoras já incorporaram modelos elétricos e híbridos em sua oferta de veículos.

As montadoras continuam ampliando investimento, acelerando lançamentos e adotando metas para a eletrificação, o Brasil começa a se tornar um player cada vez mais importante para o ecossistema, marcas como BMW, Volvo, Nissan, Toyota, Audi, dentre muitas outras.

Atualmente, todo carro elétrico vendido em solo nacional é importado, como a marca francesa com uma fábrica na região sul do Brasil, o Renault Kwid E-TECH é importado da China –  mesmo local que o iCar da Caoa Chery é produzido, já a marca tem planos de eletrificar sua frota de elétricos e produzir os modelos localmente, em Jacareí – interior de São Paulo.

A Bravo Motor Company, BMC, trata-se de uma empresa argentina, com sede na Califórnia (EUA), que desenvolverá em Minas Gerais uma fábrica de veículos elétricos em parceria com outra gigante do setor, a Rockewell Automation, onde o conceito de mobilidade envolve serviço de compartilhamento de carros elétricos e demais tecnologias. Nicole SantanaGaragem360. 11 de julho de 2022 in: terra

A Electric Mobility Brasil, especializada na infraestrutura de recarga, mantém parcerias com marcas como BMW, GM, Audi, Land Rover e Nissan, vislumbra uma transição cada vez mais acelerada.

“Já temos em São Paulo, por exemplo, uma Lei que incentiva os condomínios comerciais e residenciais novos a instalarem recarregadores elétricos. A tendência é que isso ganhe escala. Temos um grande desafio pela frente no quesito de incentivo. Não existem tantos incentivos ainda na proporção que precisamos para escalar os carros elétricos. O que faltam são incentivos na infraestrutura de recarga rápida e ultrarrápida”, ressalta destacando que o principal desafio hoje é ampliar a oferta de recarga nas rodovias, segundo Eduardo de Sousa, CEO da Electric Mobility Brasil, ao podcast Forbes Tech. Luiz Gustavo Pacete – 23 de junho de 2022

No primeiro semestre de 2020, as vendas cresceram 221%, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A infraestrutura ganhou reforço e os primeiros eletropostos da maior rede pública de recarga ultrarrápida do País vão ser entregues até o fim do ano. Serão 30 pontos de carregamento nas principais rodovias do Estado de São Paulo, interligando a infraestrutura já disponível de Santa Catarina até o Espírito Santo, um corredor eletrificado de 2.500 quilômetros que vai conectar Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória, de acordo Nuno Miguel Pinto, head de mobilidade elétrica da EDP Brasil, multinacional do setor elétrico de origem portuguesa que colocou a expansão da mobilidade elétrica no Brasil como uma de suas prioridades.

A empresa encabeça o projeto, junto com parceiros como Audi, Porsche, Volkswagen, ABB, Electric Mobility Brasil e Siemens. Mais uma iniciativa emblemática na criação de infraestrutura. Em 2018, inauguramos, na Via Dutra, ao lado da BMW, um corredor de recarga de 430 quilômetros conectando São Paulo e Rio de Janeiro.

Iniciativas governamentais, como a Chamada Estratégica, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para o tema Mobilidade Elétrica, realizada em 2019, tendem a atrair ainda mais interessados.

Havia em 2020 pouco mais de 20 mil carros elétricos e híbridos em uma frota de 65 milhões, pouco, a projeção para dez anos deve ser de 2 milhões – com perspectiva de venda de 200 mil unidades por ano a partir de 2030. Vale lembrar que a China – maior mercado no mundo – possui em torno de 2,5 milhões de veículos elétricos.

A estrada é longa, mas a largada já foi dada nessa corrida de vantagens, para as empresas significa novas oportunidades de negócio, “para” a sociedade (qual), para os governos, redução de gastos, arrecadação e novos players, e, “para” o planeta, (???).

“É necessário um círculo virtuoso para pensar a transformação da mobilidade elétrica. Não é apenas como vamos abastecer ou como vamos treinar a população, manter a frota elétrica e lidar com a eventual mão de obra excedente. É preciso uma definição política que abarque todas essas questões”, apontou Gábor Deák, diretor de Tecnologia do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

“Para sustentar a mobilidade elétrica, a formação de pessoal é fundamental. Montadoras já contam com mais engenheiros eletricistas do que mecânicos, numa mudança de paradigma da indústria”, apontou Braz Cardoso.

Para Erwin Franieck, mentor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da SAE Brasil, essas discussões devem levar em conta a realidade brasileira e já estão sendo abordadas dentro de programas como o Rota 2030. “A mobilidade elétrica deve somar-se a outras iniciativas de sucesso de descarbonização do Brasil, como o etanol e o biodiesel e estabelecer um marco regulatório pode indicar o caminho a esses players”, citando outras inovações, como o uso de hidrogênio e biohidrogênio na mobilidade, e o Anuário da Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica como uma fonte de informações que pode balizar as discussões do setor. 

O Brasil, já conta com medidas importantes, como a redução do IPI para esses veículos e diversas medidas no âmbito estadual, como a isenção do IPVA em unidades da federação como Maranhão, Paraná, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.

Como comentamos, no Brasil, embora embrionárias, existem medidas importantes para a regulação da mobilidade elétrica. Destacamos:

  • Resolução n° 97/2015: instituída pela Câmera de Comércio Exterior (Camex), determina a redução de 35% para zero da alíquota do Imposto de Importação para carros elétricos ou movidos à célula de combustível. O corte também inclui veículos híbridos, com redução de 2% a 7%.
  • Lei n° 3.755/2018: cria o Programa Rota 2030, um conjunto de diretrizes do governo federal que inclui, entre outras coisas, metas de eficiência energética para veículos a combustão e estímulos para a produção de carros elétricos e híbridos.
  • Decreto n° 9.442/2018: reduz a alíquota do IPI sobre veículos elétricos de 25% para 7% e sobre veículos híbridos de 25% para 20%.
  • Resolução Normativa n° 819/2018: instituída pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), dita sobre a regulamentação e a recarga de veículos elétricos para quaisquer empresas e pessoas interessadas na prestação desse serviço, com preços livremente negociados.
  • Portaria n° 2.519/2019: instituída pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (SEPEC), define os seguintes programas prioritários: Alavancagem de Alianças para o Setor Automotivo, P&D para Mobilidade e Logística, Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, Desenvolvimento de Tecnologias em Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão, FINEP 2030 e P&D e Engenharia para a Cadeia Produtiva do Setor Automotivo.

Órgãos de padronização e as principais empresas do setor têm buscado criar protocolos específicos que garantam a interoperabilidade tanto de equipamentos quanto de sistemas.

ISO 15188 trata da comunicação entre a estação de recarga e o veículo, oferecendo suporte para diferentes mecanismos e trazendo a tecnologia Plug & Charge, em que o eletroposto reconhece automaticamente o veículo e já autoriza a recarga e a cobrança automática, também permite a oferta de soluções de smart charging (recarga inteligente), modo planejado com o objetivo de evitar a sobrecarga do sistema devido à alta demanda concomitante.

A ISO prevê contemplar a tecnologia Vehicle to Grid (V2G), que permite que os veículos devolvam a energia não utilizada à rede em períodos de alta demanda. O veículo elétrico é uma fonte de energia despachável que pode atuar no balanço da rede elétrica e mesmo como fonte de energia em momentos de pico.

O Open Charge Point Protocol (Protocolo de Ponto de Recarga Aberto) opera entre estações de recarga e centrais de gerenciamento, permitindo que os eletropostos sejam geridos remotamente, independentemente do tipo de conector ou fabricante, possível por meio dos CSMS (Charging Station Management System ou Sistemas de Gerenciamento de Estações de Recarga).

Atualmente, a versão mais recente do protocolo é a OCPP 2.0.1, que contempla o controle das transações de recarga, além de oferecer compatibilidade às tecnologias de smart charging e Plug & Charge previstas na ISO 15118.

Em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n° 3174/2020, que estabelece políticas federais de estímulos à utilização de veículos movidos à propulsão elétrica e híbridos, no Senado, foi apresentado o Projeto de Lei n° 304/2017 que visa a proibir a venda de carros a combustíveis fósseis até 2030 e sua circulação até 2040.

Others players: João Elon Musk Gurgel, Carro feito no Brasil do grupo NBR, 1º MOTO ELÉTRICA COM NIÓBIO DEVE SAIR EM BREVE COM CARGA COMPLETA EM 10 MINUTOS !!!, Transformando um Fusca 1967 em elétrico

4 comentários

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s