Propaganda anti-eletricidade 1.2

Desde o século 18 até início do 20, a eletricidade estava em volta de mistério e perigo. Na opinião de muitos, comercializa-lá pelas cidades era quase uma bomba-relógio, podendo eletrocutar pedestres e carruagens. Contudo, havia um fundo de verdade no temor. Geopizza

Facebook: Ilustração contra o uso da eletricidade em 1889 em Ohio, Estados Unidos.

Eusebio Valli, um médico italiano, realizou experimentos elétricos em toda a Europa em membros humanos amputados, bem como em várias espécies de animais, que ele tentou reviver. Ruth Garde – Brewminate. 20.04.2017

Giovanni Aldini, sobrinho de Luigi Galvani (o cientista italiano que estudou a eletricidade animal usando pernas de rã amputadas), ficou conhecido por suas demonstrações sensacionais em cadáveres humanos e animais. No final de 1802 ele viajou para Paris, onde realizou experimentos com criminosos guilhotinados e grandes carcaças de animais diante de grandes multidões.

A descoberta de que descargas poderiam matar e inclusive reanimar indivíduos, a eletricidade começou a ser associada a algo macabro e demoníaco. EDSON JESUS

O feito inspirou a escritora inglesa Mary Shelley em sua história de 1818 “Frankenstein”, em que um doutor roubava partes de um cadáver e através de descargas elétricas, reanimava a criatura.

Edgar Allan Poe usou a reanimação galvânica como um dispositivo de enredo para efeito cômico em seu conto de 1845 ‘Algumas palavras com uma múmia’, no qual uma múmia egípcia é chocada para a vida.

Casos como o do professor russo Georg Wilhelm Richmann, morto por um raio enquanto experimentava eletricidade atmosférica , enfatizaram os perigos de se envolver nesse novo campo.

Mesmo com o desencorajamento, alguns cientistas realizavam experimentos com a energia. Em 1802, Sir Humphry Davy inventou a primeira lâmpada de arco elétrica com o uso da bateria e um pedaço de carbono, produzindo luz. Contudo, a luminosidade era muito intensa, podendo queimar a fiação e inclusive explodir a lâmpada em poucos minutos. Apenas com a criação das lâmpadas a vácuo, o uso da energia tornou-se favorável.

Atualmente, as lâmpadas de descarga de gás são amplamente utilizadas. É preferível as lâmpadas de arco de carbono devido à alta eficiência. Aqui, a luz é produzida pelo arco como no caso de uma lâmpada de arco de carbono, mas um gás inerte é preenchido entre os eletrodos. Elétrica4U25 de outubro de 2020

Em 1850, começaram as primeiras distribuições em cidades, abastecidas por um arco voltaico, um sistema alimentado por uma potente bateria com 2 bastões de carbono, produzindo um arco de energia.

Os avanços da engenharia na década de 1880, incluindo a invenção do transformador, aliadas a corrente alternada elaborada Nikola Tesla, foram gradualmente substituindo a corrente direta.

Só em torno de 1882 com o desenvolvimento de uma lâmpada incandescente, o inventor Thomas Edison possibilitou o primeiro serviço público de eletricidade, usando um sistema de corrente contínua de 110 volts, seguro para abastecimento.

Porém, o sistema de distribuição era perigoso. No interior do arco a temperatura poderia chegar até 5 000°C. Como a distribuição era feita através da corrente direta, a energia era facilmente perdida em longas distâncias, necessitando do uso de diversos arcos voltaicos distribuídos pela cidade.

A existência de sistemas de 10 kV, causava diversos acidentes quando fios elétricos caíam nas calçadas, muitas vezes eletrocutando cavalos devido suas ferraduras de bronze nas patas.

A década de 1890 também viu um desenvolvimento que muitos passaram a considerar o exemplo mais sinistro do potencial mortal da eletricidade: a cadeira elétrica. Em resposta a um sentimento crescente nos EUA de que o enforcamento era uma forma bárbara de pena capital, a corrente elétrica acabou sendo sancionada como uma alternativa humana – mas ainda assim temível.

Park Benjamin, um proeminente escritor sobre eletricidade, concordou, explicando que “a extinção instantânea da vida em um homem forte por um agente que é impossível ver, que é desconhecido, pode criar na mente ignorante sentimentos do mais profundo espanto e horror. , e provar o mais formidável de todos os meios para prevenir o crime”.

A primeira eletrocussão de um criminoso, em 1890, desmentiu essas observações. William Kemmler precisou de dois choques prolongados para morrer, durante os quais espumava pela boca, gemia e convulsionava, tudo acompanhado pelo cheiro de cabelo e carne queimados, urina e fezes. Testemunhas vomitaram, choraram e desmaiaram.

O horror da cadeira elétrica foi cooptado por Walford Bodie, hipnotizador de palco e showman, em suas performances da virada do século. Com a cadeira original usada na execução de Kemmler como suporte, Bodie amarrava um voluntário e o hipnotizava para ‘protegê-lo’ da alta voltagem. Durante a execução simulada, o voluntário se contorcia, tremia e gritava, enquanto era submetido a uma carga elétrica não letal. As multidões reagiram com terror e repulsa previsíveis. A admiração pela eletricidade pode ser inspirada por suas manifestações mais sombrias, bem como por suas mais brilhantes.

O poder mortal da eletricidade continuou a se destacar na imaginação do público ao longo do século XIX. Em Nova York, onde os cabos aéreos eram a norma (apesar das leis exigirem fiação subterrânea), começaram a surgir casos de eletrocussão acidental. Mesmo provocando consternação, tais acidentes provocavam um fascínio macabro. O livro de John Munro de 1893, “The Romance of Electricity”, dedicou uma dúzia de páginas a descrições gráficas de mortes conhecidas por eletrocussão e incluiu várias ilustrações de ferimentos em corpos e roupas queimadas.

As associações entre eletricidade e morte surgiram com o poder letal do raio, símbolo duradouro ou presságio de destruição. Wellcome Collection – Creative Commons

Contudo, governos europeus e dos estados dos EUA tiveram que investir em campanhas públicas de conscientização para convencer os cidadãos que a energia já era segura, diversos movimentos anti-eletricidade seguiram até 1920 e em alguns locais rurais até 1930.

A eletricidade chegou no Brasil em torno de 1888, através de hidrelétricas no sul e sudeste do país, sem causar acidentes como causava no meio do século 19 nos Estados Unidos.

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